Treta internacional. África do Sul exige devolução do maior diamante do mundo. O que Charles fará?

O maior diamante do mundo

Tanto na coroação da rainha Elizabeth 2ª, quanto em seu funeral, o Cetro da Cruz, esteve presente.

Este cetro, uma joia de 92 centímetros de comprimento, com 1,17 kilos de ouro e diamantes, é a representação do poder do rei, ao longo de sua vida.

Ele foi usado em todas as coroações desde a de Charles II em 1661.

Em 1911, o impressionante diamante Cullinan I, foi colocado no topo do cetro.

Entendendo a treta

A África do Sul é um dos 5 países do mundo que mais extrai diamantes. Em 1905 a África do Sul estava sob domínio da Inglaterra e, de uma mina particular, foi extraído o maior diamante até hoje encontrado.

A África do Sul, doou (?) então o diamante para a Inglaterra.

A pedra foi dividida em nove diamantes, e o maior, Culligan I, foi colocado no cetro. Um segundo diamante, Culligan II foi colocado na coroa que rei ou rainha usam. Os sete restantes pertencem a coroa britânica.

Cullinan foi extraído de uma mina na África do Sul, em 1905, e oferecido à família real pelo Governo da África do Sul, que estava sob domínio britânico. A pedra preciosa deu origem a nove diamantes: o maior desses, o Cullinan I, também chamado … https://t.co/qlZCL6E5eH

— SIC Notícias (@SICNoticias) May 5, 2023

Ora, um país dominado não doa nada a seu dominador!

E existe um movimento forte na África do Sul pela devolução dos diamantes Culligan.

Já existe um petição com 8 mil assinaturas pedindo a devolução do maior diamante do mundo. A alegação é “ jóias devem ser olhadas como obras de arte “pilhadas” e, por isso, devolvidas ao país de origem”.

O que Charles III tem com isso?

Charles usará tanto o cetro quanto a coroa durante sua coroação amanhã, da mesma forma que sua mãe há quase 70 anos atrás.

Na ótica inglesa, o diamante foi um presente do governo da África do Sul ao então rei Edward VII, dois anos depois de ser encontrado. Existe até uma entidade, o Royal Collection Trust, que afirma que o governo da época, subordinado ao regime britânico, comprou a gema e deu o presente.

Em resumo, os inglese dizem que não tem discussão. Deu tá dado.

Já na visão do povo da África do Sul, o que foi dado sob dominação não foi presente, foi, isto sim, pilhagem (um nome mais elegante para roubo).

“Todas as riquezas minerais da África do Sul pertencem ao povo sul-africano, não a um palácio britânico”, disse um deputado da África do Sul.

Dentro da lógica do deputado, o rei Charles III estaria usando o cetro com o diamante Culligan, pertencente à África do Sul, algo que não lhe pertence.

“Queremos recuperar a ‘Estrela da África’ (apelido do Culligan I) e todos os diamantes, ouro e outros minerais que o Império Britânico roubou da África do Sul, SEM COMPENSAÇÃO”, postou um líder do Congresso Nacional Africano, após a morte da rainha.

Uma petição online com mais de 8 mil assinaturas faz exigências, “Como sul-africanos, pedimos a devolução de nossos diamantes para serem exibidos em um museu”, e foi direcionada ao rei Charles III.

Portanto Charles sabe dos pedidos de devolução. Ele se sentirá à vontade ao usar as joias?

Se, o que é mais provável, não devolver os diamantes, será considerado insensível aos pedidos do povo da África do Sul.

Se devolver os diamantes poderá ser considerado um rei fraco, fácil de ser manipulado.

Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.

E o presidente Lula que estará na cerimônia de coração deve opinar sobre esta treta? Ou entrar mudo e sair calado?

Leia mais sobre tretas e mutretas clicando aqui.